Amores obsessivos

Muitas pessoas confundem um relacionamento intenso e apaixonado com um relacionamento obsessivo. Essa linha divisória, tênue,  quase imperceptível, faz muita diferença. Obsessão é doença.

O início de uma paixão, é quase sempre, muito próxima ao amor obsessivo. O objeto amado ocupa quase que 100% de nossos pensamentos e preocupações. O tempo vai passando. Numa relação normal, nos tornamos mais seguros, o que faz com que esse percentual vá gradualmente baixando. Ou então, não somos correspondidos. Sofremos, mas daí a pouco superamos. Estamos prontos para outra. Num amor obsessivo isso não acontece. Pelo contrário. O mundo vai ficando cada vez mais restrito para aquele que ama, pois vai negligenciando amigos, família, interesses anteriores, trabalho...  O mundo se resume ao ser amado, a necessidade que se tem de possuí-lo é proporcional a restrição criada. E se há rejeição por parte do amado, pior ainda. Não aceitam. 

A rejeição, aliás, parece ser o gatilho do amor obsessivo. A pessoa, alvo desse tipo de amor, a maior parte das vezes, parece não estar disponível física ou emocionalmente, e quem ama vive para o dia em mudanças acontecerão. Por um outro lado, se elas não acontecem, e o amante se sente constantemente rejeitado, até humilhado, o amor se transforma em raiva intensa e sentimentos de vingança começam a vir à tona. Agressões físicas e até assassinatos podem ocorrer.

Tanto homens, quanto mulheres podem se tornar obsessivos. Ocorre em qualquer classe social e é mais comum entre 20 e 50 anos.

Por que pode ocorrer? 

. Por traços de personalidade determinados geneticamente.

. Por desequilíbrios bioquímicos que afetam o humor e o temperamento.

. Por padrões de relacionamentos aprendidos na infância.

. Por experiências românticas anteriores mal sucedidas

. Por carência e/ou frustração

Nossa cultura pode também pode ser responsabilizada, já que cultiva uma fascinação pelo amor obsessivo. Como se perto dele, qualquer amor parecesse muito pequeno. É como se o amor tivesse que nos consumir por inteiro. E se esse sentimento se torna desagradável, se nos faz sofrer muito, muito... isso sim é amor.

Coisas como seguir o ser amado; procurar vestígios de traições em roupas, bolsas; desconfiar de qualquer comportamento; discussões, agressões físicas e/ou verbais; chantagens, fazem parte do amor obsessivo.

Dentro desse quadro, parece que os sentimentos do ser amado não importam. O que importa, é possuí-lo.

Se você vive um tipo de amor assim. Cuidado. Procure um terapeuta.

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