O Vinho

Os vinhos são obtidos da fermentação do suco (também chamado mosto) de uvas frescas. A fermentação é um processo bioquímico realizado por microorganismos (leveduras) que convertem os carboidratos (açúcares) em álcool, gás carbônico e energia. No caso do vinho, o processo é utilizado para a obtenção de álcool a partir dos açúcares do suco de uva. Quanto mais doce for a uva, maior será a concentração de álcool. O teor alcoólico do vinho pode variar de 10 a 15%, podendo alcançar valores superiores (cerca de 20%) no caso dos chamados vinhos fortificados, como o do Porto, o Xerez (ou Jerez) e o Madeira.

Como são classificados
De forma simples, os vinhos podem ser classificados em 3 categorias:

a) Vinho de mesa: sofre somente uma fermentação, atingindo teor alcoólico médio.

b) Vinho espumante: sofre 2 fermentações, para obter quantidade maior de gás carbônico, responsável pelas borbulhas.

c) Vinho fortificado: recebe durante a fermentação uma quantidade adicional de álcool (conhecida como aguardente vínica), apresentando teor alcoólico elevado.

Os vinhos são compostos, basicamente, por água (85 a 90%), álcool (7 a 24%), ácidos (de 1 a 8%) e açúcares proveniente das uvas (0 a 15%). A quantidade de açúcar pode variar entre menos de 5 gramas/L nos vinhos secos, até 5 a 20 g/L nos semi-secos e mais de 20 g/L nos suaves e doces.

Baco (nome latino) ou Dioniso (nome grego) é bastante conhecido das pessoas que apreciam o vinho, sendo reconhecido como deus do vinho e da embriaguez, da colheita e da fertilidade. A lenda conta que Baco era filho de Júpiter e Sêmele e que, quando já era adulto, descobriu as vinhas e seu uso. Instruído pela deusa Cibele, andou pelo mundo a ensinar aos homens o trato da videira e a arte de fabricar o vinho. Andou pela Trácia e pela Índia, montando um carro puxado por panteras e enfeitado com ramos de videira. Foi ele quem introduziu em Tebas as Bacanais, festas regadas a vinho e muita orgia. Os gregos tendem a considerar Baco protetor das belas-artes, mais especialmente do teatro, a partir das representações que faziam ao darem festas em honra ao deus do vinho.

Já a Bíblia diz que o vinho, desde o princípio, foi criado para a alegria, e não para a embriaguez. Esse princípio pode ter ocorrido há seis mil anos, desde quando o homem aprendeu a transformar a uva em vinho.

O hábito de tomar vinho foi se disseminando pelo mundo graças ao estado de bem-estar que ele produz, quando tomado em pequenas doses. Até mesmo pessoas que não bebem regularmente outras bebidas apreciam e reconhecem no vinho uma 'bebida saudável'.

A Igreja elegeu o vinho a bebida que tem a função, durante o ritual da missa, de significar 'o sangue de Cristo'. Para os cristãos, o vinho tomado pelo sacerdote durante a missa o santifica e o prepara para distribuir a comunhão aos fiéis. O vinho é, portanto, uma bebida 'bendita'. Para compreender melhor o porquê, basta saber como ele é feito e quais são as propriedades da uva, seu principal componente.

Muitos estudos têm afirmado que o consumo de vinho, especialmente o tinto, protege nosso organismo de diversas doenças, principalmente as relacionadas ao coração. O exemplo mais famoso é o da França, no qual sempre existiu o hábito de se consumir de uma a duas taças de vinho ao dia: apesar de não apresentarem fatores de risco menores (nível de colesterol no sangue, pressão arterial, obesidade, tabagismo e sedentarismo), em relação aos outros países industrializados, a incidência de problemas cardiovasculares é incrivelmente pequena. Esse fato foi designado pelos estudiosos como o "paradoxo francês". No entanto, entre a comunidade científica, existem pesquisas que discordam desses estudos afirmando que os menores índices de doenças cardiovasculares entre os franceses podem estar relacionados não somente aos fatores dietéticos, mas também ao estilo de vida dessa população.

Vale lembrar que a maioria dos especialistas afirmam que as propriedades benéficas do vinho provém, primariamente, das uvas, pois são elas que contém os elementos "promotores de saúde" como:

-os flavonóides: exercem efeitos antiinflamatórios e ação antioxidante - especialmente contra a oxidação dos ácidos graxos (lipídeos) que resulta na formação de radicais livres, responsáveis pelos fenômenos de formação da aterosclerose e trombose;

- as procianidinas: aumentam a resistência das fibras colágenas, exercendo um efeito protetor sobre as paredes dos vasos sanguíneos,

-resveratrol: dissipam as plaquetas, aumentam a taxa de HDL (ou bom colesterol) e agem dilatando os vasos sangüíneos.

No entanto, deve-se ressaltar que o consumo diário de frutas e vegetais também proporciona a absorção dessas substâncias inibindo, efetivamente, as reações oxidativas prejudiciais às células e diminuindo os riscos para as doenças do coração.

O consumo moderado, equivale a, no máximo, 2 taças de vinho ao dia. Há evidências, no entanto, que o consumo excessivo de álcool associado a fatores de risco (como obesidade, colesterol alto, hipertensão) pode ter efeito contrário, ou seja, pode favorecer as moléstias cardiovasculares. Assim sendo, o uso indiscriminado de bebidas alcoólicas, inclusive de vinho, por razões de saúde, não deve ser incentivado. Estudiosos advertem que o álcool aumenta o risco para o desenvolvimento de câncer de mama e de intestino grosso, sendo um motivo para desaconselhar o seu uso.

Segundo a Associação Americana do Coração, para quem deseja prevenir doenças cardíacas, não existe nada melhor do que as práticas provadas ao longo do tempo, ou seja, ter uma dieta saudável, exercícios regulares e o peso adequado. Portanto, não existe motivo para se recomendar uma bebida alcoólica para diminuir os riscos para essas patologias.

Uma novidade vem varrendo as clínicas de estética em todo o país.
É o banho de vinho, uma fórmula que hidrata a pele, além de relaxar profundamente e espantar o estresse do dia-a-dia.

A vinoterapia na verdade não é tão nova assim. As mulheres na antigüidade utilizavam uvas para máscaras faciais anti-envelhecimento. E foi nessa experiência que a estética moderna vem se baseando. A uva possui substâncias antioxidantes contidas principalmente nas sementes e na casca. Por isso o vinho utilizado é sempre o tinto, que é fabricado com a casca da fruta também, mantendo essas substâncias. São os polifenóis, que vêm sendo largamente utilizados em cremes rejuvenescedores, hidratantes, óleos e esfoliantes.

De origem francesa, a idéia surgiu em 1996 a partir das pesquisas realizadas pela marca Caudalie, uma empresa que possui o maior centro de vinoterapia de Bordeaux, região famosa por seus vinhos. O que se constatou foi que o banho de vinho melhora a qualidade da pele do corpo todo, deixando-a mais firme e luminosa. Possui alta concentração de vitamina E.

A aplicação é feita numa banheira, que contém os micro jatos direcionados a pontos estratégicos e energéticos do corpo. Mas pode ser aplicado também em banheiras de ofurô. O processo inicia com uma esfoliação para retirar as células mortas. Depois a pessoa relaxa na banheira, onde  se coloca o vinho diluído na água e pétalas de rosas. A temperatura é similar à do corpo, em torno de 36 graus, que amolece a superfície da pele e facilita a penetração mais profunda das substâncias ativas, favorecendo as fibras de colágeno e elastina.

Durante os 15 minutos de banho, os clientes recebem uma taça de vinho para saborear e um cacho de uvas. Logo em seguida, uma massagem relaxante completa o processo, com aplicação de uma mistura especial de óleo essencial de uva e leite nutritivo de vinho.

Esteticistas recomendam a aplicação do banho pelo menos a cada 15 dias. Não há contra-indicação porque a mistura é feita numa concentração ideal para o relaxamento e a hidratação. Resultados: aumento da resistência dos vasos sanguíneos, maior proteção das fibras de colágeno e elastina e uma pele revigorada, muito mais viçosa. O banho também é um excelente parceiro no tratamento da celulite e gordura localizada.